2 Macabeus 15:3-22 a BÍBLIA para todos - Edição Interconfessional (BPT09D)

3. Então Nicanor, aquele canalha, perguntou se havia um soberano no céu que tinha ordenado que guardasse o sábado.

4. Responderam-lhe: «Foi o próprio Senhor vivo, o soberano do céu, quem ordenou a observância do sétimo dia.»

5. Mas Nicanor retorquiu: «Pois eu, o soberano na terra, ordeno que peguem em armas e cumpram as exigências do rei.» Todavia ele não conseguiu levar a cabo o seu maléfico intento.

6. Nicanor, inchado de orgulho, decidira construir um monumento com os despojos de Judas.

7. Mas Judas estava completamente confiante e cheio de esperança no socorro do Senhor.

8. Animou os seus homens a não terem medo do ataque dos povos não-judeus, pois tinha presente na sua mente as ajudas e auxílios recebidos, no passado, do céu, e exortava-os a esperarem a vitória que o Todo-Poderoso lhes daria.

9. Encorajou-os com citações da lei e dos livros dos profetas e recordou-lhes as batalhas que já tinham travado e restaurou-lhes o entusiasmo.

10. Depois de lhes ter despertado o ânimo, deu-lhes ordens, apontando-lhes ao mesmo tempo a má-fé dos não-judeus e a transgressão dos juramentos que faziam.

11. Armou cada um dos seus homens não com a segurança de escudos e lanças, mas com o encorajamento dado com as nobres palavras, e contou-lhes um sonho digno de confiança, uma espécie de visão que os fez animar.

12. A visão foi a seguinte: Onias, que fora sumo sacerdote, homem de bem e de caráter, modesto no aspeto, gentil no trato, eloquente e elegante no discurso, desde criança exercitado na prática de todas as virtudes, de mãos estendidas orava por toda a comunidade judaica.

13. Então viu igualmente aparecer um homem distinto, nos cabelos brancos e no esplendor, de uma preeminência admirável.

14. Tomando a palavra, Onias disse: «Este é um homem que ama os seus irmãos e ora muito a favor do povo e da cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus.»

15. Jeremias estendeu a mão direita e entregou uma espada de ouro a Judas e, ao dar-lha, disse-lhe:

16. «Recebe esta espada sagrada, presente de Deus, com a qual destruirás os teus inimigos.»

17. Encorajados com as palavras de Judas, verdadeiramente belas e com o poder de suscitar o sentido de valor, que até dá aos mais jovens almas de homens maduros, decidiram não ficar no acampamento, mas sim empreender o combate com coragem, e resolver a questão com toda a valentia, em luta corpo a corpo, pois a cidade, a sua religião e o seu templo estavam em perigo.

18. Com efeito, a sua maior preocupação não eram as esposas e os seus filhos, nem os seus irmãos e parentes, mas o santo templo.

19. Porém a angústia de quem tinha ficado dentro da cidade não era menor, estando inquietos por causa do combate que iria ter lugar em campo aberto.

20. Enquanto todos esperavam que se tomasse a decisão, os inimigos encontravam-se, os exércitos punham-se em ordem de batalha, os elefantes estavam nas suas posições estratégicas, e os cavaleiros posicionavam-se ao longo dos dois lados dos soldados de infantaria.

21. O Macabeu avaliou a multidão que se aproximava, a variedade do seu arsenal e o aspeto terrível daqueles animais, e estendeu em seguida as mãos para o céu e invocou o Senhor, que opera prodígios, sabendo que não é pela força, mas conforme entende, que ele concede a vitória aos que a merecem.

22. Judas orou a Deus com as seguintes palavras: «Tu, ó soberano, tu enviaste o teu anjo a Ezequias, rei de Judá, e ele matou cento e oitenta e cinco mil homens do exército de Senaquerib.

2 Macabeus 15