31. Ficou muito aflito e finalmente resolveu ir até à Pérsia e cobrar os impostos das províncias daquele país para assim conseguir muito dinheiro.
32. Antes de partir, pôs Lísias, um homem famoso da família real, a governar o território que ia desde o rio Eufrates até à fronteira do Egito.
33. Antíoco deixou-o também encarregado de cuidar da educação do seu filho Antíoco Eupátor, até ao seu regresso.
34. Pôs Lísias como comandante de metade das suas tropas e de todos os elefantes usados nas guerras. E deu-lhe instruções a respeito de tudo o que queria que se fizesse. Quanto aos habitantes da Judeia e de Jerusalém,
35. Antíoco ordenou que Lísias os atacasse com um exército a fim de derrotar a força de Israel e acabar com o seu poder, especialmente os que ainda estavam a morar em Jerusalém, para que ninguém mais se lembrasse deles.
36. Lísias deveria trazer estrangeiros para morarem em todo o país e dividir as terras entre eles.
37. Em seguida, o rei Antíoco saiu de Antioquia, a capital do seu reino, com a outra metade do exército. Isto aconteceu no ano cento e quarenta e sete da era grega. Atravessou o rio Eufrates e marchou pelas regiões montanhosas do planalto da Pérsia.
38. Lísias escolheu Ptolomeu, filho de Dorímenes, e Nicanor e Górgias, três homens famosos que pertenciam ao grupo chamado de Amigos do Rei,
39. e enviou-os com quarenta mil soldados de infantaria e sete mil de cavalaria para invadirem o território de Judá e o arrasarem, conforme a ordem do rei.
40. Partiram com todos os seus soldados e acamparam na planície perto da cidade de Emaús.
41. Quando os negociantes daquela região ouviram falar do enorme exército sírio, forneceram-se de ouro e prata e correntes para irem ao acampamento comprar os israelitas como escravos. Forças da Síria e de países estrangeiros juntaram-se a eles.
42. Judas e os irmãos viram que as desgraças tinham já ultrapassado a medida e que as forças estrangeiras estavam acampadas dentro das fronteiras do país. E ficaram a conhecer a ordem do rei Antíoco para destruir e extinguir o povo judeu.
43. Disseram uns aos outros: «Vamos restaurar o nosso povo da ruína em que ele está! Vamos lutar pelo nosso povo e pelo santuário!»
44. Reuniram-se todos a fim de se prepararem para a batalha e para orar e pedir compaixão e misericórdia.
45. Jerusalém estava abandonada como um deserto; nenhum dos seus moradores entrava ou saía dela. O templo tinha sido profanado, estrangeiros na cidadela que servia de pousada para pagãos. A alegria tinha desaparecido de Jacob; a flauta e a harpa calaram-se.
46. Reuniram-se e foram até Mispá, que fica em frente de Jerusalém, pois antigamente havia ali um lugar de adoração para Israel.
47. Naquele dia jejuaram, vestiram-se de saco, puseram cinzas na cabeça e rasgaram as suas roupas.
48. Abriram o livro da lei, procurando a mesma direção que os pagãos quando consultam os seus ídolos.
49. Trouxeram também os mantos sacerdotais, as ofertas dos primeiros cereais e os dízimos e chamaram os nazireus que já tinham completado o tempo da sua promessa.